terça-feira, 28 de setembro de 2010

• Como Siddartha Gautama

Eu, como um candidato que se preze, devia preocupar-me mais em definir a minha própria doutrina política.

Mas depois pergunto-me: para quê? É labuta escusadíssima.

Assim que fôr eleito, logo os analistas políticos, esses pequenos seres que nunca escutaram Gilbert Bécaud interpretar o sublime e sensato tema "L'important c'est la rose", tratarão de inventar o Pietrinismo.

Tal como já o fizeram antes no passado, quando registaram as patentes das suas descobertas científicas do Cavaquismo e do Soarismo. Seja lá o que quer que esses amanhados conceitos políticos sejam afinal...

Eles têm de fazer lá as suas tesezinhas para andarem entretidos. Então para quê hei-de eu suar as estopinhas se essa cambada faz o trabalhinho por mim? E ainda todos satisfeitos, afadigados com as suas auto-alegadas brilhantes dissertações...

Vou antes ocupar-me de fundar uma nova religião.
Siddartha Gautama, aka Buddha, ou o Desperto
Eu posso, afinal, ser tão grande quanto o foram Siddartha Gautama de Kapilavastu ou Jesus Cristo de Nazaré.
E porque não? Ninguém me vê assim como um homem grande, concerteza, mas eu sinto-me grande, sim. Ninguém que partilhe o quotidiano comigo pode enxergar a minha grandeza porque justamente partilhamos essa azáfama do quotidiano. Ou como já ouvi a alguém que me é muito querido, a loucura do dia-a-dia...

Quem comigo convive pode ver a minha barba crescida todas as manhãs. As minhas remelas. O meu cabelo desgrenhado e acachapado da almofada. O meu hálito matutino, sempre o menos agradável de todos os hálitos. E às vezes esse desalinho persiste ao longo do dia, por preguiça minha.

Napoleão Bonaparte, esse grande pequeno homem, teve a sabedoria de deixar esta ideia para todos nós um dia: "nunca ninguém é grande para o seu criado de quarto".

Eu como um grande que julgo ser, eu quero dar-me. E se houver quem não queira ou não saiba receber a minha dádiva de Mim, tanto pior. Eu quero dar-me aos outros, a tantos que ainda o amor não conheceram de verdade, que os há por aí em tanta abundância, infelizmente para esta humanidade.

Eu quero dar-me como Siddartha Gautama de Kapilavastu se deu.

Tal como Siddartha se deu quando resolveu abandonar a sua torre de marfim, em que o seu pai amado o preservava da rudeza deste mundo dos humanos.

Eu, a minha torre de marfim, fi-la eu próprio, porfiado naquela frase ilusória já citada aqui neste blog noutro post - it's lonely at the top - e em desamores passados que me foram difíceis de ultrapassar e saudavelmente olvidar e arrumar no baú down the memory lane.

Tal como Siddartha, mas também de uma forma diversa do caminho que Ele escolheu para a sua vida terrena em que começou a ser reconhecido como Buddha, o Desperto, eu vou fundar uma nova religião:: a Adoração da Beleza Feminina.

E isto impulsionado por alguém que me é muito querido, com quem um laço entre nós existe eternamente indestrutível.

Tal como Siddartha, deixarei que a mim se juntem discípulos que serão aqueles homens que adoram as mulheres que adoram os homens. 


Um dos requisitos mínimos desses apóstolos meus será terem a poesia no sangue. Formaremos concerteza uma irmandade de clones de Lord Byron, às tantas.

Outra imprescindível qualidade será a de conseguirem captar a alma e a beleza femininas como Marco Glaviano ou Johnny Crosslin o alcançam no seu labour of love. Um dia quero ser como estes dois... E hei-de ser.

Quanto a esses maravilhosos seres que constituem o sexo oposto, aí eu creio ter um dom quiçá divino.

É esse ser que me é muito querido, a que aqui já me referi, que poderia ser a melhor testemunha desse dom. E é esse ser que também me incentiva. Que me diz que as minhas mãos seriam uma benção rara para qualquer sensível e receptiva pele feminina. E que acrescenta que se eu ao menos quisesse explorar isto que detenho inato, poderia ser rico.

Eu rico não quero ser. Quero dar o que a mim me sobra. A quem de alguém como eu tem falta. Mas como para proseguir fazendo-o, é necessário antes do mais subsistir - direi mesmo sobreviver neste mundo por vezes algo hostil -, não me chocaria nem um pouco que o meu pequeno grande ser viesse a ser institucionalizado Património Mundial da Humanidade.

Assim a minha fama me precedesse ou sequer existisse, para não ser sem mérito outorgada tal distinção a este vosso criado.

2 comentários:

Svetlana Debrenskaya disse...

Dear sir,

If you really are what you promise to be, you're might as well be a heck of a man.
Are you really married?
Does your so-called "Michelle Obama" even realizes what kind of "gentleman" you are?
Are you as kind to her as you meant to be to us all "hungry-of-you" females?
Were you a character of "Sex and the city" by any means?

Please reply me
Svetlana Debrenskaya

Giuseppe Pietrini disse...

Dear Svetlana,

In your comment I try to see some kindness towards me. And I think I can truly see ut.

Unfortunately, it's not up to me to answer some of your questions. I cannot judge myself in the matters you brought to discussion.

As for being married, I live together with the woman which is my best friend, to say the least. I'm not allowed to say more than this, although I'd like to.

I wish you all the luck in this world, dear Svetlana
Giuseppe