terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

• Paraíso perdido


Voltaste. E a nós queres.
Imóvel logo me quedo
Com a tua cega mirada.
Sei que o tempo vai parar.
Vamos olvidar o mundo
Nesta nuvem partilhada.

Das casas botões desalojas.
Enquanto a face tua afago
Na tez do meu peito dedilhas.
Os arfares trocados são.
Pontes são relançadas
Entre nossas duas ilhas.

Os lábios actuam em dupla.
Cerram fileiras os corpos
Auxiliados pelos braços.
Extasiadas as almas vão.
Os olhos estão exclamando
Que perdoam erros crassos.

Ao silêncio nos entregamos.
As palavras vãs se tornaram
Perante este nosso carinho. 
Ofertas-me todo o teu ser.
E rendido ao teu convite
Adentro esse cálido ninho.

Não somos mais que um só.
Já o pensamento nos une
Tal como a carne o faz.
Ser teu não posso dispensar.
Assim ao teu lado deitado 
É lá que está minha paz.

Porque não me procuraste?
Como podes existir sem isto,
Deixando a vida passar?…
Este sonho, se não for real,
Em demanda de tal Éden,
Só me resta por aí errar.


Giuseppe Pietrini               .

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