domingo, 23 de agosto de 2015

• O meu primeiro filme

Desculpar-me-ei por falar a até celebrar algo cedo demais… Mas este será o meu primeiro filme. E a coisa já a modos que começou.

Na sexta-feira passada, com um calor de suar as estopinhas, vi-me por breves instantes dentro dum uniforme semelhante ao do General Gomes da Costa, talvez o principal mentor do que viria a ser a funesta revolução de 28 de maio de 1926. 

Para quem não souber bem quem é este personagem da História nas conturbadas primeiras duas décadas da então novel República Portuguesa, é o espécimen mais à direita - metaforicamente falando, quiçá até… - no triunvirato (troika?) da foto acima.

Agora, até que o filme se produza e venha a estar em exibição em salas, para quem quiser, é só imaginar o je dentro duma farpela semelhante. Cá para mim já valeu só a prova da roupa que fiz. E eu sei que ainda é muito pouco para celebrar. Mas… Estou contente!, como dizia a outra maluca.

Embora sendo um pacifista, julgo que fico bem naquele uniforme. Há sempre algo de inevitavelmente mágico quando nos vemos na pele de um personagem bem diferente de nós próprios. E se evocamos algo de histórico, ainda mais mágico é.

Não é também nada cheio de muito glamour, como os uniformes dos oficiais dos exércitos de Mussolini ou os de Napoleon Bonaparte, do século anterior... Como eu estaria à espera. Quando me falaram dum filme histórico, fui logo sonhando com épocas mais recuadas do que os anos vinte. De qualquer modo, valeuzão!... Como dizem os contemporâneos  tupiniquins na Pindorama.

Ainda não sabendo praticamente nada sobre a trama deste filme, espero que este venha a ser como que um remake de “A Revolução de Maio”. Algo que vá reescrever a história de um modo diverso do que a propaganda da Ditadura Militar - mais tarde Ditadura Nacional ou Estado Novo, com a hegemonia ideológica do nosso velho conhecido bota-de-elástico - o fez.

Tempos sombrios foram estes, os dos anos vinte do século passado. Mas ao menos havia uma preocupação arreigada - em ambos os lados antagónicos das ideologias políticas nascentes, de direita e de esquerda - com o progresso das sociedades e das pessoas. E não tanto com a sobrevivência deste capitalismo selvagem e do poder do dinheiro e dos bancos. Como hoje há, quase cem anos depois…

Agradou-me esta oportunidade que me surgiu assim de repente. Agora espero é que um dia ainda venha não a interpretar alguém que contribuiu para a implantação do regime fascista português mas antes alguém que faça um certo contraponto. 

Alguém para mim ainda envolto em mistério mas que me fascina uma beka: Enver Hoxha. O antigo pequeno grande líder da orgulhosamente só - onde é que eu já ouvi isto?... - Albânia socialista. Semeador de bunkers ao longo da sua costa do Adriático. Tal como os russos, à mesma época histórica, pós Segunda Guerra Mundial, fizeram em Saaremaa, na Estónia ocupada. Cuja imagem divulgo aqui ao lado, nos seus 33 aninhos. E com um uniformezito catita, quase, quase parecido ao “meu”, curiosamente...

Sem comentários: