segunda-feira, 17 de outubro de 2016

• A minha vida é um poema

Se ao menos as gentes me pudessem ver, no meu dia-a-dia…

O ano passado, por esta altura do ano, fui até á Lua. E lá vivi com uma selenita. Uma mui bela, por acaso.

À beira do Mar da Tranquilidade habitava ela. A que ela chamava de Lake Vesijãrvi.

A minha missão Apollo-Soyuz foi realizada então com um orçamento curto, hélas… E teve de findar bem antes do que eu desejava. A lua é um lugar estranho. Mas entranha-se.

Hoje ando a ver se reúno de novo fundos para uma nova missão áquela minha lua. Ou para oferecer à minha querida selenita uma viagem na minha terra. E de modo a que essa minha oferta não lhe pareça vazia desta feita.

É que da primeira vez, no ano passado, julguei que a minha oferta pessoal era suficiente. Afinal, o que eu ofereci foi a mim próprio. Mais de um mês da minha vida, que a ela dediquei. Mas foi de facto escasso, para as bençãos que dela recebi em troca.

Ontem estava à beira dum meio aquático e nela pensava. O canto das sereias é uma coisa tramada!…

Quedei-me pelo meio-dia sentado no molhe do cais do porto de pesca de Viana do Castelo, bem longe do lugar onde tenho o meu tecto habitual. Também a norte mas não tanto quanto eu mais queria.

Estava ataviado com um monkey suit, que dizem que me rende todo bonitinho, e partilhei a minha refeição ligeira com as gaivotas e corvos marinhos que de mim se abeiravam, fazendo um coro de guinchos desafinados.

É que hoje em dia eu faço de anjo da guarda de viajantes pelo meu país. E no presente caso, conduzi um trio destes numa Viano até Viana. Num destes veículos de animação turística que tresandam a luxo, todos de uma característica cor negra executiva.

Nessa mesma Viana do Castelo evoca-se hoje numa estátua o amor que uniu Diogo Álvares Correia, aka o Caramuru, filho da terra, à bela índia Paranguaçu. Curiosamente.

E para quem tem falta e carece ou está lejos do seu amor maior assim como eu, lá existe também uma providencial fonte de feniletilamina: a Fábrica do Chocolate, hotel, restaurante e museu.

Ao fim da tardinha ontem ainda devolvi os caminheiros ao Porto, onde se hospedavam, perto da Avenida dos Aliados, bem no centro da Ínvicta urbe. Granítica como a "minha" Helsinki. Curiosamente, mais uma vez.

Com este mister, que me consome as horas todas de vigília dos meus dias, espero arrebanhar os dobrões necessários e suficientes para vir a ser eu mesmo, na minha vez, um viajante também, por conta própria. E livre para voar até áquelas paragens onde fui mui feliz no dia do meu aniversário nesse bendito ano passado.

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